ARTIGO: COLUNA
CANGAÇO
VILMA MACIEL
28 DE JULHO DE 2015- 77 ANOS DA TRAGÉDIA EM ANGICO E A
REPERCUSSÃO NA MÍDIA.
Nos dias de hoje, o domínio dos veículos de comunicação de massa
fortalece a "Sociedade do espetáculo" caracterizada por diversos
meios: Na Literatura, na Arte visual e na tradução memorialista. O Impacto
deste fenômeno recai sobre a memória social.
A história tem sido contada, recontada
e deturpada. O convencionalismo das datas, tornou-se um ponto vulnerável da
história, enquanto verdade, e ao mesmo tempo uma prática da literatura
ideológica.
Na literatura do cangaço é fácil
encontrarem conteúdo "absurdo dos absurdos". No intuito ludibriante
pelo interesse ou idealismo demagogo, as novidades se veiculam com tal rapidez
que a fofoca de hoje , faz o passado virar Lenda e como tal, sujeito a deturpação e a
formação de novos formadores de ideias alienadas sem nenhum compromisso com a
verdade.
É
mister frisarmos aqui que não estamos nos referindo a literatura de ficção, nem
a Arte visual e criativa. Estas também trazem em seu bojo um valor imensurável
em relação a seu gênero.
A publicidade é um instrumento de duas
lâminas, nem tudo que expõem é bom, tende a sugerir o paraíso no mercado
editorial. O bom leitor saberá escolher o que lhe convém, evita a leitura
medíocre.
A literatura é sem dúvida essencial
para o questionamento da condição humana
É portanto, a mais intimista e,
consequentemente a mais subjetiva das artes. Por isso, não se compara a uma
simples mercadoria.
A literatura do cangaço é por
excelência um veículo de comunicação capaz de transportar o leitor para o mundo
do conhecimento, episódios, circunstância marcantes vividas nos sertões do
Nordeste brasileiro.
Aí se encontrarão obras que irão dar
sentido aos questionamentos, a violência rural no período do coronelismo e lampeônico
, uma época em que deixou cicatrizes definitivas na história do país.
Até hoje, muito se fala, se escreve
sobre as circunstâncias trágicas da morte de lampião o "Rei do
Cangaço". Era 28 de julho, uma quinta feira o grupo acampava na fazenda
Angico, no município de Porto de folha, em Sergipe. Foram atacados pela volante comandada pelo então tenente João Bezerra da
Silva, auxiliado pelo sargento Aniceto e o aspirante Ferreira e mais quarenta e
oito homens divididos em quatro grupo, portando metralhadoras Hot Kiss.
O tiroteio foi decisivo resultando na
morte de Lampião, Maria Bonita, Enedina e mais nove homens: Quinta feira, Luiz
Pedro, Mergulhão elétrico e outros cinco que não foram identificados. Zé
Sereno, Sila e outros cangaceiros se evadiram. ( Não se pode mudar a evidência
desse episódio, Lampião tombou morto em Angico-SE).
Vale a pena voltar a consciência
crítica. Os novo escritores serão bem vindos, desde que, não escrevam com o
olho no mercado e outro no pódio. Suas obras, seu estilo e gênero escolhidos
abrirão novos questionamentos na literatura do cangaço.
Uma vez escritores que somos, há que
ter uma convicção que nosso trabalho literário deve e poderá contribuir para
levar conhecimento aos que virão depois.
É dever de todos nós a leitura atenta
de cada uma das obras, a seriedade da pesquisa, o debate sobre o seu conteúdo
será sempre instigante e esclarecedor. Para escrever sobre um tema, há que
antes de mais nada, pesquisar e conhecer profundamente.
As boas obras surgem de uma visão de
mundo consciente, completa em suas relações e contradições.
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