Padre Cicero

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Tela de Vilma Maciel

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ângelo Roque
Em 1899 nasceu no sítio Quixaba de Tacaratu Pernambuco, um robusto menino que o destino posteriormente o transformou num fora da lei.Consequência de seus crimes ainda jovem. Labareda, era essa sua alcunha. A partir de 1928, quando Lampião admirando sua valentia e coragem o integrou em seu bando.
Naquela ocasião o rapaz sentindo injustiçado, sem dinheiro, procurado pela polícia engajou no exército do crime.
No terrível combate em Angico no dia 28-07-1938- Ângelo Roque não estava lá, estivera com o bando na segunda feira,o massacre foi numa quinta.Ele retirara-se para  a casa de um coiteiro para curar-se de uma gripe que o incomodava.Outras verões dizem que Labareda ainda não tinha chegado ao encontro do chefe
Virgolino, marcado para a última semana.Depois do massacre,Angelo, tendo sido salvo por estar fora do local pensou em aceitar as garantias oferecidas pela polícia para entregar-se, mas desistiu, ao tomar conhecimento do assassinatos de alguns companheiros.Resolveu continuar e agir nas fronteiras da Bahia
e Sergipe até 1940.
       Foi aí que o cangaceiro cometeu ainda crimes atrozes.
       perto de Bebedoro, depois o lugar passou para o nome de Paripiranga Bahia, e hoje "Coronel João
Sá, município de Geremoabo, próximo a Paulo Afonso. No dia 04/06/1939 Labareda matou a marteladas
uma mulher diante de seus quatro filhos. Cometera o crime a pedido de um coiteiro, desafeto do marido da
vítima.
       Nessa época, Ângelo Roque vivia com Mariquinha sua segunda companheira, a 1ª foi Ozana, assassinada dentro de casa, seu irmão João de Deus já era membro do grupo de lampião.Mariquinha sua companheira fora assassinada pela volante baiana do Sargento Odilon Flor no intúito de exterminar o ban-
do.Morreram nesse massacre" Mansinho e Sofreu", Labareda mais uma vez escapou.
      Pouco tempo depois o cangaceiro resolve tomar para si outra mulher. É aí que entramos no que nos interessa. Quem seria essa mulher?Não se sabe ao certo. O fato é que, naquele tempo Labareda sequestrou Ana,não há registro do sobrenome nem do ex marido.É bem provável que essa nova companheira tenha sido a Sra. Ana de Jesus, cuja filho fez um comovente apelo no Programa Balança Geraldo-Record, dia
05/08/2013-  "QUEM SOBER SEU PARADEIRO AVISAR.Dona Ana foi raptada da família com 19 anos. Hoje poderá está com 92 anos. não se sabe se está viva ou morta, nem onde está.(talvez em Coro-
nel João Sá município de Geremoabo próximo a Paulo Afonso BA.ou Quem sabe alguem a teria conhecido na capital. Quem souber seu paradeiro avisar.
        Seu filho José Gregório(filho mais velho) saiu do Nordeste com 13 anos,atualmente,mora em Capão
Redondo, São Paulo.
       No dia 31/03/1940 Labareda entregou-se em Bebedoro, juntamente com oito companheiros,inclusíve com quatro mulheres, foram levados para a penitenciária d capital.Uma das prisioneiras era a Ana sua nova
mulher.(Talvez seja essa a tão procurada mãe do seu José Gregório.
     A sentença inicial de Labareda foi de 99 anos de prisão, depois reduzida para 30 e finalmente, em 1950
recebeu o indulto para viver em liberdade.Essa anistia foi concedida graças a Campanha de recuperação
para salvar homens marginalizados pelo cangaço e pelo crime.De terrível bandido, regenerou-se e ganhou um emprego público num reformatório penal em Salvador onde faleceu anos mais tarde.
                                                                                                   Por Vilma Maciel
                                                                                                   03/02/2014

Da entrevista do velho jornal:
Jornal Região---data:18/07/1982
Jornalista José Silveira
O jornalista José Silveira em 1944 fez uma excelente entrevista com vários cangaceiros que fizeram parte
do bando de Lampião e se encotravam ainda presos, sob a direção de Paulo Barreto de Araújo, na penitenciária.Os cangaceiros eram:Ângelo Roque(Labareda), Volta  Seca, Saracura, Cacheado, Deus te
Guie e Caracol.
Fazendo uma pequena prelação, o jornalista pediu somente a verdade em tudo quanto dissessem respeito
a vida na caatinga e as razões que os induziram a ingressarem na aventura do cangaço

José Silveira  - Quais as razões que os induziram a ingressar na aventura do cangaço?
Ângelo Roque
A pervercidade do soldado Honorato Caboclo, que seduzui minha irmã.Ele era casado e acostumado
a deflorar mocinhas-
-a injustiça do Juiz-
-o assassinato de minha primeira muier, Ozana e meu irmão João de Deus-
- perseguição da puliça-
-a falta de condição.

José Silveira---Por que tantos crimes?
A R.
A gente matava como uns danados, no que foi aprovado pelos outros.

José Silveira---e sobre Lampião?
A R.:"Bem a primeira impressão que tive ao deparar com Lampião, fora de um homem sujo que da nojo.
Nós cangaceiros mal tinha tempo para banho-daí o gosto pelo perfume em abundança para abafar a
inhaca, as vezes fedia á distância. Lampião não era homem de ficar parado em um canto.
 
Observação, as outras perguntas foram dirigidas aos outros prisioneiros.
Certamente esta entrevista foi transcrita, pois a data não bate com o  indulto recebido-18/07-1982.
Na versão do Ex. volante Joaquim Góis Labareda saiu da prisão em 1950.
                                                                               fonte: Jornal Região
                                                                               18 de julho de 1982