Protesto e Sociedade
Por: Vilma Maciel
São três os pilares da sociedade:
família, Estado e religião. Diversas notícias de jornal, a mídia
nos trazem dados aterradores
sobre a realidade brasileira, e porque não dizer mundial.
Considerando o aumento
nas taxas de violência, assassinatos, suicídio, manifestações e
desorganização social. Há uma série de variáveis em questão que
tem de ser consideradas. Uma delas é o desmoronamento dos "pilares
da sociedade".
Para buscarmos entendimento dessa
dinâmica complexa do caos social, onde, é possível observar um
maior índice de intolerância à frustração,
a angústia e as percas materiais, devemos levar em consideração os
fatores desencadeantes. Façamos pois, algumas indagações:
Problemas familiares.
Por quê? O que leva jovens na flor da idade, em pleno
desenvolvimento físico e psíquico, com todas as potencialidades
abertas, cometerem suicídio?
Qual o motivo do crescente índice de instabilidade
matrimonial, oque provoca maior número de separação?
Por quê? Notícias tão impactantes como: "filha
é autora intelectual do assassinato dos pais." Caso Suzane
Louise Richthofen, ocorrido em 2002. Veja.
"Pai mata filhos e esposa, corta em pedaços e põe
em saco, foge e passa a viver tranquilamente em outro estado."
Fato ocorrido em Brejo santo Ceará.
"Mãe mata filha de dois aninhos para viver com
amante."
Todas essas questões cruciantes assolam hoje, nossa
sociedade. Matéria que requer estudo a luz da Sociologia,
Psiquiatria e Psicologia.
Do nosso ponto de vista, veremos estes problemas,
tecendo apenas algumas considerações baseadas em nossa visão de
mundo. Arrolaremos hipóteses, tentativas de explicações e
tratamento de um problema tão profundo. Estaremos apenas
tangenciando alguns dos pontos essenciais para a discussão da
questão familiar.
Desde as origens do homem, a família é a célula
construtiva da sociedade. O homem é antes de tudo um ser social.
A sociedade moderna criou a imagem do homem livre.
Destaca o valor da personalidade individual baseada na vontade
pessoal.
Assim desenvolveu-se um novo modelo de pensamento. Uma
inversão de valores do seio da familiar. Verificou-se uma grande
diferença nas características das famílias. Hoje, temos famílias
com maior proporção de separação entre os pais. Problemas com
alcoolismo, envolvimento com a polícia e a justiça. Maior número
de menores abandonados nas ruas; maior índice de drogas. A
precocidade da perda dos pais, a ausência de religião e amor a
Deus, e, consequentemente, o surgimento da violência e da
criminalidade.
Tentando refletir sobre a indagação: por que? Nossos
jovens cometem o suicídio? Buscamos uma explicação em Levy (1979),
traz em seu artigo (Estudo do Suicídio) algumas das definições,
que permitem situar o que é suicídio. "Em sentido estrito é
considerado como uma auto eliminação consciente, voluntária e
internacional. Num sentido mais amplo, o suicídio inclui processos
autodestrutivos inconscientes, lentos e crônicos.
Para Kovács, Maria Júlia (Morte e Desenvolvimento
Humano, p. 171 - 1992), tentativas de suicídios são atos
deliberados de auto-agressão em que pessoa não tem certeza de
sobrevivência, manifestando uma intensão autodestrutiva e uma
consciência vaga do risco de morte.
Partindo do pressuposto de que o suicídio é um
atentado contra a própria vida, são muitos os fatores
desencadeantes de tal ato. Arriscamos citar alguns:
Possibilidade de se livrar de conflitos, busca de uma
vida melhor; frustração amorosa; ato agressivo, como forma de
vingança contra a sociedade; forma de chamar atenção; forma de
pedir mais amor e valorização pessoal; doenças psiquiátricas,
psicossomáticas; toxicomanias. No nosso entender é um ato
desesperado de alguém imbuído de um vazio existencial profundo.
Retomando a essa questão de inversão de valores, é
necessário repensar. Mudar a maneira de sentir o mundo, desprezar
sentimentos egoístas. Contribuir para a vida do outro, é a melhor
forma de superar frustrações. Fazendo o bem, recebemos o bem maior.
Todos somos capazes de nos regenerar. Quando erramos, é
só buscar novos caminhos.
Saber lidar com os traumas e infortúnios consiste em
adotar um temperamento equilibrado e estável. Isso é essencial para
a saúde do corpo, da alma e da convivência social.
Compete ao Estado manter a ordem e o progresso. Manter
a democracia e diminuir a desigualdade que inibe a capacidade,
sobretudo, dos pobres de utilizar o trabalho como dignidade para sair
da pobreza.
A luta contra a violência é outro desafio pesado,
porque está nos quatro cantos do mundo. Além da educação e da
saúde, promover a concessão de programas que cuidem do planejamento
familiar e da "atuação" da mulher em todos os setores
onde se tomam decisões, de onde vem a autoridade sobre a sociedade.
Apesar dos esforços e da competência
de nossa presidente Dilma Rousseff, medidas urgente ainda precisam
ser tomadas para que o Brasil se coloque no rumo certo, melhorar
seu desenvolvimento e seu grau de aceitabilidade social.
Problemas que atentam contra os anseios do povo devem
serem solucionados.
Tome-se esta frase: "A justiça
brasileira é feita para os riscos, e os pobres não têm
acesso a ela." (p.113- VEJA 2006).
Nos últimos dias desencadeou uma crise de insatisfação
social. Uma série de manifestações cujas reivindicações vão
além do estopim inicial: o aumento das tarifas de transporte
público. Desencadeou uma revolta popular. Protesto contra a
corrupção política, a cobrança de impostos indevidos, os gastos
exorbitantes com as obras para sediar a Copa do Mundo. Melhoramento
na educação, saúde e outros serviços públicos.
Um direito do cidadão democrático, porém o que não
se pode tolerar é a onda criminosa dos vândalos e marginais
deserdados da ética social, aproveitam um ato de cidadania para
cometer arbitrariedades contra a nação brasileira.
A questão da religião oferece um
poder fundamental para
integração social. Graças aos benefícios da crença e da fé, cujo
amor a Deus e ao próximo nos tornam cidadãos do bem.
Para a construção de um mundo melhor, somos nós que
temos o poder de construir uma verdadeira democracia e garantir o
direito do cidadão.
15 de Agosto 2013