Padre Cicero

Padre Cicero
Tela de Vilma Maciel

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O MELHOR AMIGO DO HOMEM
Que o cão é o melhor amigo do homem, não resta nenhuma dúvida.
Basta apelar para o fato de que:
Sua fidelidade é incontestável e, não há perigo de amizade falsa.
O fiel amigo cãozinho tudo faz pelo seu dono.
Defende com unhas e dentes a segurança de sua casa, assume cora-
joso o lugar de o lugar de segurança mal pago e desarmado  para
enfrentar os ladrões.Perde momentos preciosos de seu lazer aguardan-
do a chegada do amigo e, ainda arranja tempo para aquela "festa"quan-
do o estimado dono chega, com direito até uma demonstração  de
carinho, sem nenhuma falsidade.
Isto é que é Amizade!!!
Mas o que pensa esse muy amigo nosso?
O que ele espera receber além de lar e comida?
Será que há uma recíproca???
Creio que não.Basta nos focar no que fazem seus amados donos:
Os colocam na coleira, acorrentados como escravos da  era co-
lonial.Deixa os pobres coitados ao relento nos quintais e jardins.
Fazem-nos comerem ração de sabor sem nenhum atrativo para
saciar sua fome canina.
Negam-lhe sua refeição predileta, o apetitoso e almejado osso.
A água, só é servida após penosos e insistentes latidos.
Os passeios nem sempre são a melhor opção para torná-los felizes,
pois continuam acorrentados sem direito a fazerem cocô longe dos
olhares críticos e reprovativos dos humanos.
Há! Amigos, convenhamos que existem algumas exerções...Alguns
cães sortudos por aí,de donos afortunados. cheios de fricotes e
mordomias,vivem melhor do que gente pobre, que muitas vezes
falta-lhes abrigo e o pão de cada dia, o essencial para a sobrevi-
vência.
Mas mesmo assim... temos de constatar que: "Vida de cachorro
é um osso duro de roer".
                                              Vilma Maciel




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A VIDA E A MORTE

A vida é tão misteriosa!
Para compensar a morte, temos o amor.
Amor que alimenta a alma.
Amor que transborda e acalma.

A vida e a morte...
Dois personagens parecidos.
A chegada de cada um é sempre única.
Também é definitiva. Não suporta repetição.

A vida e a morte,
não têm história própria, faz parte do frenesi da vida.
São acontecimentos humanos...
Nessa história somos pegos de surpresa.
Assim, não se pode aprender a viver,
nem aprender a morrer.

A vida nos ensina a amar.
Quisera viver sempre...
para viver o amor.

Por que vieste oh morte?!
Quebrar esse elo...
Nosso ente querido (Ivo)

Houve a grande partida!
Para os parentes e amigos,
restou a esperança da acolhida de Deus.


(Vilma Maciel)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Protesto e Sociedade
Por: Vilma Maciel
São três os pilares da sociedade: família, Estado e religião. Diversas notícias de jornal, a mídia nos trazem dados aterradores sobre a realidade brasileira, e porque não dizer mundial.
Considerando o aumento nas taxas de violência, assassinatos, suicídio, manifestações e desorganização social. Há uma série de variáveis em questão que tem de ser consideradas. Uma delas é o desmoronamento dos "pilares da sociedade".
Para buscarmos entendimento dessa dinâmica complexa do caos social, onde, é possível observar um maior índice de intolerância à frustração, a angústia e as percas materiais, devemos levar em consideração os fatores desencadeantes. Façamos pois, algumas indagações:
Problemas familiares.
Por quê? O que leva jovens na flor da idade, em pleno desenvolvimento físico e psíquico, com todas as potencialidades abertas, cometerem suicídio?
Qual o motivo do crescente índice de instabilidade matrimonial, oque provoca maior número de separação?
Por quê? Notícias tão impactantes como: "filha é autora intelectual do assassinato dos pais." Caso Suzane Louise Richthofen, ocorrido em 2002. Veja.
"Pai mata filhos e esposa, corta em pedaços e põe em saco, foge e passa a viver tranquilamente em outro estado." Fato ocorrido em Brejo santo Ceará.
"Mãe mata filha de dois aninhos para viver com amante."
Todas essas questões cruciantes assolam hoje, nossa sociedade. Matéria que requer estudo a luz da Sociologia, Psiquiatria e Psicologia.
Do nosso ponto de vista, veremos estes problemas, tecendo apenas algumas considerações baseadas em nossa visão de mundo. Arrolaremos hipóteses, tentativas de explicações e tratamento de um problema tão profundo. Estaremos apenas tangenciando alguns dos pontos essenciais para a discussão da questão familiar.
Desde as origens do homem, a família é a célula construtiva da sociedade. O homem é antes de tudo um ser social.
A sociedade moderna criou a imagem do homem livre. Destaca o valor da personalidade individual baseada na vontade pessoal.
Assim desenvolveu-se um novo modelo de pensamento. Uma inversão de valores do seio da familiar. Verificou-se uma grande diferença nas características das famílias. Hoje, temos famílias com maior proporção de separação entre os pais. Problemas com alcoolismo, envolvimento com a polícia e a justiça. Maior número de menores abandonados nas ruas; maior índice de drogas. A precocidade da perda dos pais, a ausência de religião e amor a Deus, e, consequentemente, o surgimento da violência e da criminalidade.
Tentando refletir sobre a indagação: por que? Nossos jovens cometem o suicídio? Buscamos uma explicação em Levy (1979), traz em seu artigo (Estudo do Suicídio) algumas das definições, que permitem situar o que é suicídio. "Em sentido estrito é considerado como uma auto eliminação consciente, voluntária e internacional. Num sentido mais amplo, o suicídio inclui processos autodestrutivos inconscientes, lentos e crônicos.
Para Kovács, Maria Júlia (Morte e Desenvolvimento Humano, p. 171 - 1992), tentativas de suicídios são atos deliberados de auto-agressão em que pessoa não tem certeza de sobrevivência, manifestando uma intensão autodestrutiva e uma consciência vaga do risco de morte.
Partindo do pressuposto de que o suicídio é um atentado contra a própria vida, são muitos os fatores desencadeantes de tal ato. Arriscamos citar alguns:
Possibilidade de se livrar de conflitos, busca de uma vida melhor; frustração amorosa; ato agressivo, como forma de vingança contra a sociedade; forma de chamar atenção; forma de pedir mais amor e valorização pessoal; doenças psiquiátricas, psicossomáticas; toxicomanias. No nosso entender é um ato desesperado de alguém imbuído de um vazio existencial profundo.
Retomando a essa questão de inversão de valores, é necessário repensar. Mudar a maneira de sentir o mundo, desprezar sentimentos egoístas. Contribuir para a vida do outro, é a melhor forma de superar frustrações. Fazendo o bem, recebemos o bem maior.
Todos somos capazes de nos regenerar. Quando erramos, é só buscar novos caminhos.
Saber lidar com os traumas e infortúnios consiste em adotar um temperamento equilibrado e estável. Isso é essencial para a saúde do corpo, da alma e da convivência social.
Compete ao Estado manter a ordem e o progresso. Manter a democracia e diminuir a desigualdade que inibe a capacidade, sobretudo, dos pobres de utilizar o trabalho como dignidade para sair da pobreza.
A luta contra a violência é outro desafio pesado, porque está nos quatro cantos do mundo. Além da educação e da saúde, promover a concessão de programas que cuidem do planejamento familiar e da "atuação" da mulher em todos os setores onde se tomam decisões, de onde vem a autoridade sobre a sociedade.
Apesar dos esforços e da competência de nossa presidente Dilma Rousseff, medidas urgente ainda precisam ser tomadas para que o Brasil se coloque no rumo certo, melhorar seu desenvolvimento e seu grau de aceitabilidade social.
Problemas que atentam contra os anseios do povo devem serem solucionados.
Tome-se esta frase: "A justiça brasileira é feita para os riscos, e os pobres não têm acesso a ela." (p.113- VEJA 2006).
Nos últimos dias desencadeou uma crise de insatisfação social. Uma série de manifestações cujas reivindicações vão além do estopim inicial: o aumento das tarifas de transporte público. Desencadeou uma revolta popular. Protesto contra a corrupção política, a cobrança de impostos indevidos, os gastos exorbitantes com as obras para sediar a Copa do Mundo. Melhoramento na educação, saúde e outros serviços públicos.
Um direito do cidadão democrático, porém o que não se pode tolerar é a onda criminosa dos vândalos e marginais deserdados da ética social, aproveitam um ato de cidadania para cometer arbitrariedades contra a nação brasileira.
A questão da religião oferece um poder fundamental para integração social. Graças aos benefícios da crença e da fé, cujo amor a Deus e ao próximo nos tornam cidadãos do bem.
Para a construção de um mundo melhor, somos nós que temos o poder de construir uma verdadeira democracia e garantir o direito do cidadão.






15 de Agosto 2013



AS VARIANTES DO HUMOR

Falam por aí..
Programa de melhoria pra Saúde Pública,
mais verbas para a Educação, redução do desemprego
e melhor distribuição de renda...
Papo político!
A coisa tá feia!!!
Mais não perca seu humor!!!
Quer um conselho? ouça conselhos.
Aceita uma sugestão?
Faça sua parte...  Apresente sugestões...
Não deixe a peteca cair.
Ainda há muita gente honesta por aí.
Líderes políticos e religiosos, pais e
professores brilhantes.
Amigos e amores fascinantes.
Nem tudo está perdido...
Se o humor anda doente... levante o
astral.
Exercite a mente!
Invente...
Crie condições...
Vá atrás de seus sonhos.
Jogue o mau-humor no lixo.
Incorpore o gênio Aladim..
Deixe sair de si o desejo de realizar.
Acreditar implica em agir. siga a
lei da atração.
Atraia o que é "Positivo".
Mostre para si mesmo, que seu desejo
e uma ordem!
O quanto é capaz...
Se cada um de nós acreditar em
nossas potencialidades. A janela se abrirá.
Tudo vai melhorá.
            Por: Vilma Maciel        
             29/08/2013

domingo, 25 de agosto de 2013

  SORRIA AMIGO

Cuidado amigo... estamos sem dúvida,
vivendo a era da insegurança.
Não se deixe envolver!!!
Tome muito cuidado! Com o sistema 
ante-riso, criado pelo caos vigente
na política, na mídia e na desigualdade.
Sorria amigo...
"Ri é o melhor remédio" como diz o
velho ditado.
"É melhor rir do que chorar". podemos até 
ri disso.
sabemos que é difícil rir da roubalheira,
desfaçada na compra de vassouras,
papel higiênico e outras coisas mais
que temos notícias. Muita gente 
 ganhando dinheiro com política.
Fazendo nossa vida ficar cara demais.
Mas o importante é RIR. Nem que 
seja à toa.
Não é assim que o rico rir.
Portanto rir é uma boa.
se você é pobre ou rico.
RIA.
Nem que seja das diferenças,
digo:
o rico ri da conta bancária, 
do status e do conforto,
do cávia e da lagosta,
do paparicado dos puxas-saco,
de tudo mais que ele gosta.
Sorria amigo!!!
Mesmo vendo a injustiça,
o pobre ri...
sem saber de que...
das contas vencidas, do pão sumido, 
da falta de dinheiro e de moradia,
da discriminação e desespero.
Mas vale a pena,
RIR...
Nem tudo tá perdido!!!
Diante do espelho, pode ser motivo
pra rir...
Ache graça mesmo de sua feiura,
ou si iluda com sua beleza. 
Portanto ria, ria...
Não é impróprio rir de si mesmo.
Riso é estado de graça
levanta a moral e a autoestima 
e agrada todos que nos abraçam.
                             Vilma Maciel  

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Roubaram minha Maca
 Acredite se quiser. Não há mais vagas nos hospitais públicos. E quem conseguir ser atendido, medicado e posto numa daquelas horríveis macas estreitas, sem conforto destinada apenas para transportar pacientes da emergência para enfermarias, ou UTIs, entre a vida e a morte, ainda se acha privilegiado.
 O fato é quem conseguir a tal maca, permaneça nela, se não corre o risco de morrer sentado, como o Leleco, 23 anos, sabe lá que profissão. Chegou no Regional com duas balas no abdome e uma fratura na Tíbia, vários ferimentos. Seu pobre pai aflito o acompanhava com uma paciência de Jó. Fazia tudo que o filho pedia.
 - Pai! Quero sentar!
 O pai atendia seu pedido. Três minutos depois...
 - Pai! Me deita! Não aguento mais.
 Lá Seu José deitava novamente o rapaz.
 - Pai me deita!
 - Pai quero água!
 - Não pode...você vai fazer exames!
 Ponderava o pai.
 - Porra de exames pai...quero água.
 - Fica quieto Leleco, não posso te dar água agora.
 - Enfermeira!!! Enfermeira!!! Ei você aí! Ei! Me dê água!
 Leleco abriu o bocão a gritar. Perturbava, esbravejava:
 - Ei! Ei! Quero água... Tô morrendo de sede! Vou morrer de sede! Vocês querem me matar de sede. Ai! Ai! Ai! 
 - Psiu! Psiu! Pede silêncio a enfermeira. Você não pode beber água antes dos exames.
 - Quando é essa porra desses exames? Eu não aguento mais. Tô com sede...Tô com dor. Ai! Ai! Ai!
 Não se sabe porque os tais exames ainda não fora feito, na verdade já passava da hora marcada e o Leleco:
 - Pai! Eu quero "mijar".
 - Vou buscar o "bico de papagaio", filho.
 O enfermeiro procurou a ajudar o rapaz ensinando a utilizar o parelho, de nada adiantou, Leleco não conseguia.
 - Pai! Quero "mijar", me lava pro banheiro.
 - Não pode filho. Será preciso três homens pra te tirá dessa maca com esses pinos na perna, esses ferimentos.
 - Quero ir ao banheiro, me leva! Me leva! Me leva!
 O pobre pai apela para os acompanhantes dos outros pacientes.
 - Espere um pouco Leleco, tem uma fila danada no banheiro!
 - Peça pra me dá a vez!
 - Tá bem filho! Eu não lhe disse pra deixar... essa vida que você leva... sem futuro...drogas, amizades e violência dá nisso!
 - Pai! Me tira dessa porra!
 - Tá bem filho. Me ajudem aqui gente. Devagar!
 Levam o Leleco numa cadeira de roda para o banheiro. O rapaz respira com dificuldade.
 Volta do banheiro e grita:
 - Roubaram minha maca! Pai! Cadê minha maca? Ai! Ai! Corre pra me botar naquela ali desocupada.
 - Não Leleco...é a maca do outro.
 - Se levaram a minha...me bota nessa. Eu não aguento mais, estou sem fôlego! Me deita pai!
 - Calma filho! Calma!
 - Eu quero minha maca!
 Grita desesperado. Na verdade, o rapaz estava muito doente, quase sem forças. Seus pulmões já não funcionavam bem. Quase desmaiando Leleco insistia:
 - Quero água...Pai! Pai! estou morrendo.
 Desmaia.
 - Corre enfermeira chame os médicos, meu filho está morrendo!
 Médicos, enfermeiros cercam a cadeira, pois a tal maca que o rapaz tanto pedia foi utilizada para transportar outro paciente para a UTI.
 Arranjaram urgente, sabe Deus onde, outra maca para levar o Leleco direto para a UTI. O rapaz estava com água nos pulmões e sem ar. O caso era grave. Se saiu vivo ou morto, não se teve notícia. De uma coisa temos certeza, hoje, as estatísticas apontam o maior número de mortes de jovens envolvidos nas drogas e violência.

Vilma Maciel


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Bom Humor da Vó Bernarda
 Bem escreveu o poeta Monteiro Lombato:
  "Quem mal lê,
    Mal ouve,
    Mal Fala,
    Mal vê."
 Portanto, vamos ler um pouco soube o humor de Vó Bernada e enriquecer essas quatro qualidades.
 Vó Bernada é uma dessas velhinhas cheia de espiritualidade e virtudes. Linda por natureza. Aos 83 anos, dotada de espírito jovem dos vinte. Humor afiado, disposição de espírito, veia cômica, irônica na hora certa e alegre. Uma gracinha. Todos aprendemos a amá-la nos doze dias de internamento na enfermaria do Hospital Regional do Cariri.
 Vó Bernada com uma fratura na mão. Engessado todo o braço, até as axilas soube manter a pouse. Magrinha, elegante, olhos inteligentes cheia de vaidade. Na tecnologia Vó não fica atrás, usa tão bem o celular que deixa qualquer adolescente de quinze com inveja. Pois não é que Vó sabe até usar o Ipad! Brinque!
 No "O Breve", atendimento "breve" como sugere o próprio nome, nada é breve, nem cirurgia, nem deslocamento pois falta vagas, falta cirurgiões e sabe lá mais o que.
 Ali, tudo se ouve e vê: gemidos, gritos e coisa inacreditáveis de dar calafrios nos nervos. Doenças de todo tipo. Pessoas de todas as classes. Desde o bandido ferido em assalto, sob custódia policial, ao mais nobre e honesto cidadão. Classe média, professores, comerciantes. Qualquer um sem distinção, sem Plano de Saúde. Na hora "H", corre para lá. É a lei da vida. Sem dinheiro, Saúde Pública, fazer o quê?
 No leito 23, Vó Bernada mantinha a calma. Soro, injeções, medicamentos e boa alimentação. Sorte de ter conseguidos uma das "camas Vip", última tecnologia hospitalar. Projetada especialmente para várias funções, conectada a controle. Sorte mesmo, pois são desposta somente do lado direito da enfermaria "o Breve", do esquerdo coloca-se macas. Um terror ficar durante dias sobre elas.
 - Vó Bernada, hora de ir ao banheiro, tomar banho!
 Avisa a enfermeira de plantão.
 - Nem morta! Com essa fila? Não vou. Imagine!
 - Toda hora tem fila, fazer o quê?
 - Ah! é... pois não dá! Sentar no sanitário e alguém batendo a porta. Não, não!
 - Tá bem...daqui a pouco vamos levá-la tá? Pondera a enfermeira.
 - Vô pensar no seu caso! rsrsrsrs...rsrsrs
 Horas depois Vó passa para o banheiro, deixando um aviso verbal.
 - Gente!!! Vou logo avisando: é minha vez! Banheiro interditado!!!
 Mais tarde...
 - Hora da injeção Vó.
 Explica a profissional de saúde.
 - Pimenta nos olhos dos outros é refresco!
 Replica.
 - Relaxa Vó, não dói.
 - Não dói? Pois aplique em você! Meu bem...
 Chegou o almoço.
 - Leito 23?
 - Aqui!
 - Vó...seu almoço é dieta branda.
 Explica a copeira.
 - Nana, nina, não! Nem branda, nem brava! Eu quero é com sal e tudo que tem direito!
 - Mas Vó!!! Não pode por causa de sua idade.
 - O quê??? Que tem a idade com isso! Na minha casa como de tudo, "como manda o figurino". Ora essa é boa!
 - Tá bem! Ponha seu sal, mas não exagere ok?
 - Ok! Deixa comigo menina!
 Doze dias de internamento, Vó perde a paciência e toma uma decisão.
 - Parou! Parou! Enfermeira, quero tirar esse gesso me amordaçando. Tira...tira não quero mais, não espero mais...Fraturei só a mão e me engessaram até o braço. Meus dedos tão roxo, olha! Tira...tira. Chame o médico!
 - Calma Vó! Calma! Vamos dar um jeito.
 - Perdi a paciência! Mais não a vergonha, não quero sair daqui! Não vim pra morar! Ora essa! Não sou prisioneira com essas grades na cama, essa droga de soro; Sem poder acender meu cigarrinho. Vou fazer a cirurgia "Particular", chame o médico. Quero alta!
 Todos riam quando Vó Bernada confeccionava com um lenço de papel um cigarro. Para representação artística, Vó fingia fumar seu desejado cigarrinho.
 - Quero sair hoje! De hoje não passa...Quem manda nos filhos e nos netos sou "eu"!
 - Tá bem mãe...Tá bem Vó!
 Fala as acompanhantes gente fina.
 No dia seguinte, os familiares de Vó Bernada resolveram levá-la. Enfrentariam os custos da cirurgia particular.
 - Fui! Fui! Acenou Sorrindo Vó Bernada. 
 É isso ai irmãos! Quanto tempo perdido e nada resolvido. Mazelas da Saúde Pública.

Vilma Maciel



segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Outra

 Seu Abel chegou, transportado pela ambulância, morre...não morre...respiração ofegante, pálido, debilitado. Logo foi encaminhado para o Centro de Emergência do Hospital Regional.
 Correria do corpo médico, enfermeiros, maca, socorro de oxigênio, soro e todos os recursos disponíveis para salvar vidas.
 - Quem é o acompanhante do Seu Abel?
    Indagou o médico.
 - Sou eu...respondeu a Dona Dora.
 - Não Dr. ! Sou eu. Respondeu a Silvia
 O médico franze o sobrevenho apreensivo.
 - Só tem direito a um acompanhante no Sistema do SUS.
 Argumenta o médico.
 - Eu acompanho Dr. Determina Dora lançando um olhar de desprezo para a Silva.
 - Mas afinal, quem é a mulher do paciente?
 - Sou eu Dr; Dora Xenofante, esposa legítima, mãe de seus filhos. A mesma que cozinha, lava e passa...pau pra toda obra e que ate hoje cuida dele.
 - Não Dr. ! Grita a outra...
 - Sou eu sua mulher... a mesma que satisfaz seus maiores desejos na cama. Ele não vive sem mim! Portanto quero companhá-lo nesse momento.
 - Sssshh! Replica a enfermeira - não é hora pra...
 Seu Abel se contorce na maca. Pele arroxeada, tremendo como vara verde.
 Consultam as vagas na UTI. Não há! Urgente o encaminham para o Semi-Intensivo.
 Deitado de barriga para cima, tubos e fios conectando-o a aparelhagem ao seu lado. Seu Abel respirava artificialmente.
 O quadro piorou...
 - Tarde demais, ponderou o médico. Fiquem as duas.
 Dora grita...
 - Querido! Querido!
 Silva...a acompanha.
 - Não nos deixe, não nos deixe...
 Seu Abel arregala os olhos num último esforço, olha para as duas e dorme...dorme para sempre.


Vilma Maciel

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Comédia da Vida
Vilma Maciel
                                    GAFES

        O Felipe encantou-se com a beleza da Tayná. Alta, esbelta, cabelos negros, olhos azuis turqueza.
Um belo contraste em termos de características física.Uma verdadeira obra da natureza.
        Felipe, fino educado, de família nobre. Disse para si mesmo:"Eu quero esta mulher."
        Acontece que Tayná era famosa pelas suas gafes.Embora dissimulada usa sua beleza como
máscara.Semi-analfabeta por opção. Porém, graças a influência de algumas de algumas amigas,
vestia-se muito bem.
        Paixão a primeira vista. O Felipe resolveu levar a sério o relacionamento.Convidou a Tayná
para apresentar à família e consolidar o noivado o noivado.
                                 
                        - Amor, minha família é cheia de frescura!E melhor não falar muito!
                        -Por quê? Amor...Tá com vergonha de mim?
                        -Não...Não!É que...é que...
                        -Que o quê? Quem vai casar comigo é você ou sua família?
                        -Claro amor que sou eu! Mas a primeira vista faça um esforcinho para deixar uma
                          boa impressão!
                        -Não! Não quero nada por pressão!
                        -Deixa pra lá amor.Seja você mesma.
                        -Ok!Pode deixar.
O Felipe ficou em pânico só em pensar nos conselhos dos pais. "Filho, só já uma coisa que não acei-
tamos, é se você escolher uma esposa sem princípios."Educamos você nos melhores colégios.
           Chegou o dia da apresentação.Diante do luxo do prédio, Tayná já começava a dar vexame.
                        -Amor...Esse prédio enorme é de teu pai???
                        -Não amor! Só a cobertura.
                        -Cobertura!? Não sei bem o que é isso!
                        -É no última andar. Deixa pra lá... Depois te explico.
                        -Ok!
                        -Vamos pegar o elevador!
                        -Amor...Eu prefiro subir a escada.
                        -15 andares!!! De escada? Não dá!
                        - Tá bem!
        Na porta do AP. O mordomo, muito educado,vem recebê-los.
                        -Sr. Felipe...Seus pais os esperam. Entrem por favor.
        Tayná franze o senho de espanto.
                        -Amor porque você não me disse que seu pai era es-
                          curinho?
                        -Tayná! Pelo o amor de  Deus...Esse é o Sr.Thópsom,
                          nosso mordomo.
                        - Ah! Ah!
        Na sala de visitas dar-se a apresentação.
                        -Papai... mamãe, esta é a Tayná!
                        -Que moça bonita!Exclama a mãe.
                        -Obrigado, responde Tayná agradecida.
       Num descuido da mãe, Felipe belisca Tayná, esqueceu amor!Você
                        fala obrigada!(da).
                        -Mas que bobagem! Tanto faz, como tanto fez.
                        -Este é o paizão!
                        -Prazer Sr!Como o Sr. é idoso!
                        -É filha, o tempo passa para todos.Prazer...fiquem a
                        vontade.
        No jantar,Tayná olha para a Sra. Galber e comenta descontraída.
                        -Como o seu cabelo é diferente!Bonito esse vermelho!
                          Mas é meio estranho!
        Felipe toca de o pé da moça sob a mesa.
                        -Ui! ui....Felipe falei algo errado?

        O rapaz fala baixinho:
                        -Amor! É peruca.Não comenta!Depois explico.
                        -Fica frio!
        As gafes ultrapassam as espectativas do rapaz.                                                                

                       -Olha amor!A empregada deixou o pano de prato....
                       -Amor é guardanapo!
                       -Santo Deus! como é grande!
        Felipe não sabia como esconder a decepção diante dos convidados
                       -Amor, o que combinamos...falar pouco.Hora do jantar.
                       -Pode deixar amor.
        Felipe sentiu um frio na barriga na hora da escolha dos talheres.
        Tayná fala baixinho!
                      -Amor!Pra quê um garfo tão pequeno e outro grande?
                      -Psssiu! Psssiu... preste atenção como os uso!
                      -Pode deixar!
                      -Tayná você aprecia caviar.
        Indaga a mãe do rapaz.
                      -O que? nunca vi isso!
                      -Caviar é uma delícia!
                      -Prefiro espetinho!Responde a moça.
                      -Tayná qual asua preferência gastronômica?
                      -Prefiro não gastar muito,sou econômica.
                      -E vinho?Prefere seco ou suave?
           Tayná comenta:
                      -Seco não...Pode encher a taça.
           Felipe abre o jogo.
                      -Amigos, mamãe, papai, a Tainá é uma moça muito simples...relevem!
           Nas despedidas os amigos mais íntimos confortam Felipe, que pede desculpas.
                      - Desculpa aí...amigos
                      - Não há mada a desculpar, sua noiva é uma bela joia que precisa apenas ser lapidada.
                      - Vou tentar! Tchau!
                      - Voltem sempre.                                                        

domingo, 21 de julho de 2013

Falta de ar
    A rotina do Regional desencadeou um rítimo e estressante. A super lotação quebrou normas e paradigmas..
     Gente que sai, gente que entra.
   Sem alternativa, pobres e classe média ameaçados pela visita da toda poderosa "Sra. Morte", querendo fisgá-los, correm para lá.
    Aí, está o problema.
  Um só hospital pra milhões de doentes. Pouca vergonha! ... Os políticos brandam melhorias na saúde Pública, Educação, Segurança...Ah!!! Quanta lorota! A saúde pública está um "caos". Falta hospitais para a demanda.
   Por outro lado, foi inaugurado o CEO (Centro Especializado Odontológico). Tecnologia de ponta.
   Porém!!!
  Para fazer tratamento dentário nesse "CEO", passa-se primeiro pelo "inferno" da fila do SUS. O Pobre continua desdentado!!!
  Nesse caos da Saúde Pública, a silhueta majestosa do Regional embeleza a cidade do "padim Cícero" mas não consegue mais atender a grande demanda. Emergência, socorro...dia e noite.
   - Lá vem mais um morrendo!
   Grita os seguranças do hospital.
   Emergência!
   De repente, chega o socorro médico até a ambulância. Médicos, enfermeiros, maca, soro, fios, exames, primeiros socorros.
   - O que ele tem?
   - Falta de ar.- Responde a acompanhante.
   - Deus!!! Pensa os profissionais de saúde...pra onde vamos levar este? Não temos mais nenhuma vaga nas UTIs.
   O paciente agoniza, pele roxa, mãos geladas, e, a Sra. Morte...de prontidão para fisgá-lo.
   - Por Deus Dr. !!! Salve o Ambrósio! -Grita a mulher.
   - Calma Sra...vamos salvá-lo.
   A equipe de saúde busca solução...e pensa lá com seus botões...
   - Ah! Deus...para o paciente só falta "ar". Mas aqui...
   Falta vagas...
   Falta Médicos...
   Falta macas...
   Falta dinheiro.
   - Corre!!! Grita a enfermeira - O homem está morrendo!!!
   - Oxigênio!
   - Reanimação...
   Reanimação...
   Reanimação...
   Em vão.
   A Sra. Morte acaba de arrastá-lo para sua mansão.
   É amigos! Se dependermos da Saúde Pública...Ah!!! Estamos "ferrados" " FERRA-DO-DOS."
   
Vilma Maciel

   

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Amigos leitores,
    No nosso Cantinho da Literatura postarei uma crônica semanal, cujo temas envolvem a rotina do cotidiano. Divirtam-se e viajem pela leitura.

Abraços

sexta-feira, 12 de julho de 2013

"Feliz do Homem que constrói o seu palácio sem derrubar o casebre do irmão."

Maria Bonita, pintada por Vilma Maciel




"Os Fuzilados do Leitão, Uma Revisão Histórica", aborda aspectos relacionados com o cangaço no sul do Ceará e Oeste de Pernambuco - vale do Cariri/chapada do Araripe e áreas circunvizinhas. Relata um fato ocorrido com os "Irmãos Marcelinos" num local denominado Alto do Leitão na cidade de Barbalha na madrugada do dia 5 de janeiro de 1928, onde foram mortos Miguel e Pedro Miranda, João Marcelino e Manoel Toalha, além do mais famoso deles, o cangaceiro "Lua Branca", que percorreram a região cometendo crimes cruéis. A autora narra com conhecimento e lucidez de detalhes, os assassinatos e sepultamentos dessas cinco pessoas os demais fatos que aconteceram naquela noite - madrugada, no Alto do Leitão.
"Lampião: Luta, Sangue e Coragem" É um romance histórico regional de primeira linha, em que a autora criou as falas fictícias para os personagens reais, pois Antônio, José Ferreira, Livino, José Saturnino, os Nazarenos, Corisco, Maria Bonita e demais personagens fazem parte da vida do Cap. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Essa obra demandou milhares de horas de trabalho e recebeu uma atenção e zelo todo especial da autora, pois foi cuidadosamente elaborado, obedecendo à seqüência cronológica da vida e ações do rei do cangaço. O romance inicia com a história de José Ferreira e Maria Lopes, os pais de Lampião; segue narrando os primeiros desentendimentos dos irmãos Ferreiras com Zé Saturnino; a mudança para Poço do Negro e depois para Alagoas; continua com a morte dos pais de Virgolino e sua entrada definitiva no cangaço, fazendo parte dos grupos de Antônio Matilde, dos Porcinos e depois de Sinhô Pereira..