Padre Cicero

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Tela de Vilma Maciel

sexta-feira, 31 de julho de 2015

ARTIGO:  COLUNA CANGAÇO
VILMA MACIEL
28 DE JULHO DE 2015- 77 ANOS DA TRAGÉDIA EM ANGICO E A REPERCUSSÃO NA MÍDIA.
      
        Nos dias de hoje, o domínio dos veículos de comunicação de massa fortalece a "Sociedade do espetáculo" caracterizada por diversos meios: Na Literatura, na Arte visual e na tradução memorialista. O Impacto deste fenômeno recai sobre a memória social.
        A história tem sido contada, recontada e deturpada. O convencionalismo das datas, tornou-se um ponto vulnerável da história, enquanto verdade, e ao mesmo tempo uma prática da literatura ideológica.
        Na literatura do cangaço é fácil encontrarem conteúdo "absurdo dos absurdos". No intuito ludibriante pelo interesse ou idealismo demagogo, as novidades se veiculam com tal rapidez que a fofoca de hoje , faz o passado virar  Lenda e como tal, sujeito a deturpação e a formação de novos formadores de ideias alienadas sem nenhum compromisso com a verdade.
        É mister frisarmos aqui que não estamos nos referindo a literatura de ficção, nem a Arte visual e criativa. Estas também trazem em seu bojo um valor imensurável em relação a seu gênero.
        A publicidade é um instrumento de duas lâminas, nem tudo que expõem é bom, tende a sugerir o paraíso no mercado editorial. O bom leitor saberá escolher o que lhe convém, evita a leitura medíocre.
        A literatura é sem dúvida essencial para o questionamento da condição humana
        É portanto, a mais intimista e, consequentemente a mais subjetiva das artes. Por isso, não se compara a uma simples mercadoria.
        A literatura do cangaço é por excelência um veículo de comunicação capaz de transportar o leitor para o mundo do conhecimento, episódios, circunstância marcantes vividas nos sertões do Nordeste brasileiro.
        Aí se encontrarão obras que irão dar sentido aos questionamentos, a violência rural no período do coronelismo e lampeônico , uma época em que deixou cicatrizes definitivas na história do país.
        Até hoje, muito se fala, se escreve sobre as circunstâncias trágicas da morte de lampião o "Rei do Cangaço". Era 28 de julho, uma quinta feira o grupo acampava na fazenda Angico, no município de Porto de folha, em Sergipe. Foram atacados pela volante  comandada pelo então tenente João Bezerra da Silva, auxiliado pelo sargento Aniceto e o aspirante Ferreira e mais quarenta e oito homens divididos em quatro grupo, portando metralhadoras Hot Kiss.
       O tiroteio foi decisivo resultando na morte de Lampião, Maria Bonita, Enedina e mais nove homens: Quinta feira, Luiz Pedro, Mergulhão elétrico e outros cinco que não foram identificados. Zé Sereno, Sila e outros cangaceiros se evadiram. ( Não se pode mudar a evidência desse episódio, Lampião tombou morto em Angico-SE).
       Vale a pena voltar a consciência crítica. Os novo escritores serão bem vindos, desde que, não escrevam com o olho no mercado e outro no pódio. Suas obras, seu estilo e gênero escolhidos abrirão novos questionamentos na literatura do cangaço.
        Uma vez escritores que somos, há que ter uma convicção que nosso trabalho literário deve e poderá contribuir para levar conhecimento aos que virão depois.
         É dever de todos nós a leitura atenta de cada uma das obras, a seriedade da pesquisa, o debate sobre o seu conteúdo será sempre instigante e esclarecedor. Para escrever sobre um tema, há que antes de mais nada, pesquisar e conhecer profundamente.
        As boas obras surgem de uma visão de mundo consciente, completa em suas relações e contradições.
    


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